quarta-feira, 1 de abril de 2009

PAPO DE PAPAS, NA LÍNGUA - Beto Petry premiado pela Nestlé

PAPO DE PAPAS, NA LÍNGUA.

Eu lendo. O que é isso? A saúde da alma ocupa médicos? Eu deveria acho montar hospícios! Vem aquele homem pulando da página e me fala: cálculos não são precisos! Onde se viu meter todos os loucos juntos na casa? O único louco aqui é você, eu grito. Ele responde calma, o louco não sou eu, mas o Joaquim Maria pai amado dos livros em minha frente, como no poema de Mário velhos parentes a tirar a chapa para comer.
Acho que seria bom dormir, que dias! Internam-me, mas nesse mundo hospício quem agüentaria ser normal? Ah, seu poeta! O sono é meu, oras, TV e apresentadores dão sono. Melhor ler ou duplas sertanejas? Personagens vêm ter comigo. Machado pássaro, batia asas e ainda bate. Respondo? Eles são que tipo? Criança, acordo ao canto do passarinho.
Tomar chimarrão e cuspir verde no chão. Um pássaro? O ciúme satisfaz-me, poema. Que conto! Canto! "Dizem que sou louco..." em mim, canções. Contorço em lirismo a gozar o amor!
Descreio dos homens, dos escritores, dos... Bispo vem lá de Jesu Ouro falar que exagero. Não e nunca! Viraria prefeito, perfeito D. Evarista! Eu, bom homem na política dos pecados do mundo? "Mamãe não quero ser prefeito..." claro, Raul! Papo do Papa pop... Pra falar a verdade, nem cem Papas. Papar? Papa só essa: moça bonita, daquelas na rua a atrair olhos. Venancinha!!
Amor à vista? Dê prazo! Machado louco! Ele a criou, qual louco criaria lindo assim? Mas Van Gogh… Fiquem quietos! Deus meu, contos! O alienista vem intrometendo-se, louco é quem tem idéia; não quem está dentro. Na teoria do medalhão, um medalhão completo não tem idade. Há infinitas carreiras diante de mim. Mal entendo. Já vem D. Paula desesperada: todos separam! Não mais separação. Escorre-me o nariz: imagens de despedidas derramadas... Mamãe, papai, vocês tiveram-me; e eu? Lennon en-canta Mother ainda, lá de suas cinzas. Dança, caos atônito!
Quando tudo desaparece, acalmo. Cantigas loucas sem fim, o céu perto, arco-íris, poesia-luz... Homens célebres, sinfonias: Beethoven, Mozart... pianos, anos! Parem de linguar, as idéias confundir! Seus ambíguos! Conto: primavera em poema é melhor, e pessoa amando.
Pergunto-lhes: estão preparados? Respondem sim. Solto o verbo: ouçam contos e poesias, os casamentos vão mal, os casais sem versos não se amam já mais, o dinheiro prevalece, a juventude prostituída decai, mortes de doenças, abortos... As pessoas tiram-se a vida como eletrodomésticos da tomada. Religiões 10%, sem Deus! Vergonha de quê? Desemprego, fome, carência. Retrucam-me: nem Deus tem o direito de tirar vidas. É mentira! Poupe-nos! Pudesse eu sumia. Tristeza! Vocês estão seguros, sem riscos de tiros na rua, nas favelas, no Iraque, MST...
Não levamos tiros? Temos finais trágicos. Loucos escritores a realidade descontam em nós também. Quem vive sofre mais, na real idade mal dita! Tudo e todo mundo passa certas situações, até a lua no céu só, em cantiga de roda a chorar. Pessoas nos lêem; molham-nos lágrimas. Viveram algo parecido ou pensam que são felizes, e tocados pela poesia de vida vêem: “Não há remédio às dores da alma”. Na razão clássica das faculdades, viva o sonho sem insânia!
Acordem! A corda! Acordemos, mundo de ignorância! Realidade dura; coração mole! Não se vive sem os sonhos dos outros também, cada um leve a vida como achar, na moral-mor. Neste mundo as pessoas querem ser muito “iguaizinhas”... Ah, eu adoro a diferença de ser feliz!
Felicidade, quem vai nos separar? Quem mais se interessa por nós? Anos em prateleiras, bibliotecas. Nos pegam pela capa e nome, muitos nem querem saber que somos palavralma.
Ai que sono, aí é de noite? Respondem não. Sonho? Visão? Poesia de romances? Louco falo com verso? Rimo bem, meu, bem! Jaz zen, paz faz querer bem... Conto um, apareça! Dois? Medalhão, dialogar com papas na...? Bate-papo e papa. Pá lavras na terra: linguagens. Verdade ou não, alimento do espírito, a Palavra! Nós textos, coração! Sorrir real mente mesmo sem cem papas. Einstein, que língua! Rio, ... , ria!!!

(Texto classificado entre os 50 MELHORES do Brasil, por BETO PETRY & alunos da 1a série D, tarde, C.E.E.C de MATELÃNDIA/PR – Viagem Nestlé Pela Literatura – texto semifinalista entre mais de 13.000 concorrentes – ANO 2005. )

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